O grindcore, também conhecido apenas como grind, é um dos gêneros mais extremos do rock por conta de seus andamentos extremamente rápidos (com o típico padrão rítmico de bateria conhecido como blast beat), timbres carregados de distorção, uso comum de afinações mais baixas que as convencionais (downtuning), vocais guturais e/ou rasgados, minimalismo, quebras abruptas de andamento, uso de dissonâncias, atonalismo, feedback, músicas de curta duração e letras que variam de engajamento sociopolítico a temas escatológicos ou humor ácido.
Geralmente, a banda inglesa Napalm Death é tida como a precursora do gênero, mas com certa controvérsia, já que bandas como as norte-americanas Siege e Repulsion e a brasileira Brigada do Ódio registraram gravações do que mais tarde viria a ser conhecido como grindcore, antes mesmo do Napalm Death entrar de cabeça no gênero – em seus primeiros anos de formação, a banda tocava um punk rock fortemente influenciado pelos britânicos do Crass, passando depois para um hardcore com influências de Discharge, Deep Wound, Amebix e Celtic Frost, além, é claro, das mencionadas Siege e Repulsion, até chegar no grindcore de seu cultuado debute álbum Scum.
O grindcore e o noisecore, principalmente, são gêneros que desfrutam de pouca aceitação por conta de seus "excessos" e da deliberada rejeição pelos padrões de popularidade da indústria musical, mas com uma forte e ativa comunidade underground calcada no do it yourself (D.I.Y.), formada por um público variado, tanto do metal quanto do punk, já que os gêneros surgiram da mistura do hardcore com o death metal.
Diante de tamanha, digamos, impopularidade, é de se esperar que haja poucos documentários sobre o grind, ainda mais sobre o noisecore. Felizmente, a inciativa D.I.Y. acaba por preencher lacunas, como é o caso da série de vídeos documentais Antimúsica: Noise do Brasil – Noisecore Documentary, que vêm sendo publicados neste início de 2024 pelo Emocaust Videozine. Até então foram lançados 2 de um total de 6 vídeos sobre a cena noisecore brasileira, que podem ser conferidos abaixo aqui e aqui.
No próximo post, vou trazer um pouco mais sobre o grindcore, tema pelo qual sou apaixonado. Até!
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