Entre uma partida e outra: docussérie sobre games para jovens e marmanjos

Até o momento eu não havia escrito nada sobre games aqui no blog. Chegou a hora. Afinal, além de jogar videogames com certa frequência, eu também os pesquiso em profundidade, academicamente falando. Os games foram tema da minha dissertação de mestrado (Um estudo interdisciplinar sobre a comunicação sonora em games narrativos) e eu escrevi uma penca de artigos sobre o assunto. Além disso, meu projeto de doutorado (ESCute! e Harpa: potenciais interativos e imersivos da comunicação sonora em games não visocêntricos), atualmente em curso, envolve o desenvolvimento do protótipo de dois games, sendo um videogame não visocêntrico (com ênfase nos sons, e não nas imagens) e um audiogame (sem quaisquer imagens, somente sons). Neste artigo aqui eu exponho minha história com os games e com a música. Mas vamos logo ao assunto deste artiguete.

GDLK (abreviação para "godlike", que nada tem a ver com o título original, High Score, como é de praxe nas traduções de títulos de produções audiovisuais aqui o Brasil) é uma série documental da Netflix, lançada em agosto de 2020 em seis episódios com cerca de 40 minutos cada, que conta a história dos videogames desde sua origem  com ênfase nos jogos clássicos dos arcades e do Atari 2600, como Space Invaders (1978) e Pac-Man (1980) –, passando pela Nintendo, RPGs, Sega, games de luta até chegar nos games de tiro em 1ª pessoa e nos games multiplayer online.

É claro que há muitas lacunas, já que o foco da série são os games mais populares dos estúdios gigantes (conhecidos com AAA: "triple A"), e assim muita coisa ficou de fora, como os primeiros protótipos lançados antes do surgimento dos consoles ou os meu tão queridos games indie (felizmente, há bons documentários que tratam especificamente dos independentes, mas isso é assunto para o próximo artigo). De qualquer forma, GDLK traz bastantes informações interessantes e muitas curiosidades contadas por designers e desenvolvedores de games que vão acalentar os coraçõezinhos dos gamers nostálgicos e mostrar ao mais jovens parte do longo percurso que os videogames percorreram até chegarem em League of Legends (2009), Minecraft (2011), Fortnite (2017), Free Fire (2017), PUBG (2017) e afins.

A série tem mais caráter de entretenimento apaixonado do que de documentário informativo, o que talvez se sustente por conta de sua extensão, já que uma produção carregada de informações (dados técnicos, contextos, datas, nomes etc.) poderia ficar um tanto maçante. Assim, GDLK é sucesso garantido para toda a família [obs.: clichê proposital].



Comentários